Muitos viram o documentário "Ruja o
mar", de George Otis Jr., que narra a história de um recente e tremendo
avivamento nas Ilhas Fiji, no oceano pacífico.
Esse avivamento, gerado de um movimento interdenominacional
de oração proposto por um pastor metodista, impressiona por ter atingido os
mais altos representantes do país, que de forma corajosa chegaram a proclamar o
arrependimento de pecados entranhados na cultura, tais como a feitiçaria, o canibalismo
e a violência étnica.
Só para ilustrar, em 08/07/2001, numa
cerimônia pública realizada no Albert Park e perante dez mil pessoas, o
Primeiro-Ministro Laisenia Qarase declarou: "Nossos esforços na construção
deste país chegará a nada, se não forem firmemente enraizada no amor e temor de
Deus. Peço-lhe que me perdoe pelas vezes que eu tenho sido negligente e frio no
meu relacionamento com Ele. Com sua orientação, Senhor, este pecador vai
renovar-se; vai encontrar um novo propósito na busca de sua vontade. Senhor, eu
imploro a você, novamente, perdoar-me, para me salvar, para capturar o meu
coração e segurar minha mão. Eu o respeito como o Rei dos Reis".
Esse evento também foi o nascimento da
Associação das Igrejas Cristãs em Fiji (ACCF), cujos objetivos foram: unir
todas as igrejas; colocar o caminho do amor em prática; estabelecer líderes
tementes a Deus e promover a reconciliação entre os fijianos (etnia dominante)
e os indianos, proporcionando paz e prosperidade para a pátria. Pelo que temos
notícia, essas metas foram substancialmente alcançadas nos cinco anos
seguintes, com reflexos no desenvolvimento social e econômico da nação.
O que a maioria não sabe são os fatos
subsequentes:
Em janeiro de 2006, a ACCF pediu ao Governo
que adotasse regras para restringir a chegada de novos grupos cristãos,
queixando-se de que, num país com pouco menos de um milhão de habitantes,
existiam mais de 1.200 novos grupos fora do âmbito da entidade (a Constituição
Fijiana de 1997, em seu art. 35, reconhece a liberdade religiosa, desobrigando
as comunidades de se registrarem).
Entre 2006 e 2007, ocorreram pelo menos
quarenta invasões e danos em templos de várias religiões, mas principalmente
contra os hindus, que usam ocasionalmente estes incidentes para protestar
contra o que chamam a "intolerância religiosa" dos cristãos.
Em dezembro de 2006, o general Frank
Bainimarama deu um golpe de estado e depôs o governo do primeiro-ministro
Qarase. Austrália e Nova Zelândia protestaram contra o golpe, sendo que o
governo neozelandês anunciou sanções contra Fiji. Em 1º de setembro de 2009, o
país foi expulso da Comunidade das Nações.
Extraio duas lições da experiência das
Ilhas Fiji:
1) Um reavivamento capaz de conduzir o
Corpo de Cristo à unidade somente eclodirá a partir de um movimento de ORAÇÃO
que envolva as lideranças das igrejas locais. A resposta não está em estruturas
centralizadoras (como foi o caso da ACCF) nem na adoção de um radicalismo
antidenominacional (veja que o reavivamento aconteceu por iniciativa de um
pastor metodista). Ao orarem juntos, os pastores passam a se amar, e o amor é o
fundamento da unidade (Efésios 4.1-3).
2) Deus é um Deus também da política. Mas,
para isso, Ele precisa reinar de fato, tanto sobre a vida do governante quanto
sobre o país. Um político cristão deve colocar Deus como Senhor da nação (Sl
144.15), para que Ele REINE e o homem público seja apenas um INSTRUMENTO. Para
um político cristão, a Bíblia deve ser a regra de prática da política e a
Constituição deve, se for o caso, ficar em segundo plano. Não dá para um
cristão ser político e achar que Deus não se mete nisso (Sl 94.20). Jesus
Cristo é o Rei dos Reis e, então, também deve ser o Presidente dos Presidentes
e o Deputado dos Deputados.
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