Há
três grandes motivos que nos impulsionam à humildade. Eles são baseados em três
perspectivas sob as quais a humildade pode ser considerada, as três maneiras de
catalogar a humildade. Deixe-me explicar. A humildade aplica-se a mim como uma
criatura, como um pecador e como um santo. E ela me cabe perfeitamente em cada
uma des¬sas três categorias.
Vemos
o primeiro aspecto da humildade nas hostes celestiais, no homem antes da Queda
e em Jesus como Filho do Homem. O segundo aspecto apela para nós em nosso
estado caído e indica o único caminho pelo qual podemos retornar ao nosso devido
lugar como criaturas. No terceiro aspecto da humildade, temos o mistério da
graça, a qual nos ensina que, à medida que nos envolvemos na grandeza
irresistível do amor redentor, a humildade tor-na-se para nós a consumação da
bem-aventurança e da adoração eternas.
Em
nosso ensino religioso comum, o segundo aspecto tem sido muito enfatizado,
tanto que alguns já foram ao extremo de dizer que temos de permane¬cer pecando
a fim de, efetivamente, permanecer humildes. Outros, porém, pensam que vigorosa
autocondenação é o segredo da humildade. Mas nada disso é verdade. Assim, a
vida cristã tem sofrido perda, pois os crentes não são distintamente guiados a
ver que até mesmo em nosso relacionamento com pessoas como nós, nada é mais
natural, belo e abençoado do que ser nada, para que Deus seja tudo. Também não
ficou claro que não é o pecado que humilha mais, mas a graça, e que justamente
a alma que, atra¬vés de sua pecaminosidade, foi levada a se ocupar com Deus em
Sua maravilhosa glória como Soberano, Criador e Redentor, é que irá
verdadeiramente tomar o lugar mais baixo diante Dele.
Nessas
meditações tenho, por mais de uma razão, quase que exclusivamente me
direcionado à humildade que nos cabe como criaturas. Não é apenas porque a
conexão entre a humildade e o pecado seja tão abundantemente destacada em todo
ensino religioso, mas porque creio que para a plenitude da vida cristã é
indispensável que a proeminência seja dada a este outro aspecto. Se Jesus deve
realmente ser nosso exemplo em Sua humildade, precisamos entender os princípios
em que isso é baseado e nos quais encontramos o terreno comum no qual estamos
com Ele, e nos quais, portanto, nossa semelhança a Ele deve ser alcançada. Se
devemos realmente ser humildes, não somente diante de Deus, mas também diante dos
homens, se a humildade deve ser nossa alegria, temos de ver que ela não é
apenas a marca da vergo¬nha por causa do pecado, mas, independentemente de todo
pecado, humildade é estar revestido com a própria beleza e bem-aventurança do
céu e de Jesus.
Veremos
que, assim como Jesus encontrou Sua glória tomando a forma de um servo, então,
quando disse: "Quem quiser tornar-se grande entre vós, esse será o que vos
sirva", Ele simplesmente nos ensinou a verdade abençoada de que não há
nada tão divino e celestial como ser um servo e ajudador de todos. O servo fiel
que reconhece sua posição encontra um prazer real em suprir os desejos do
mestre ou de seus convidados.
Quando
vemos que a humildade é algo infinitamente mais profundo do que contrição, e a
aceitamos como nossa participação na vida de Jesus, então, começaremos a
aprender que ela é nossa verdadeira nobreza, e que provar isso sendo servos de
todos é o mais elevado cumprimento de nosso destino como homens criados à
imagem de Deus.
Quando
olho para trás, em minha própria experiência religiosa, ou olho ao redor para a
Igreja de Cristo pelo mundo, fico preocupado ao considerar quão pouco a
humildade é buscada como aspecto distintivo do discipulado de Jesus. Na
pregação e no viver, no convívio diário do lar e da vida social, na comunhão
mais especial com cristãos, na direção e execução da obra de Cristo, ah! quanta
prova há de que a humildade não é considerada a virtude princi¬pal, a raiz da
qual as graças podem crescer, a única condição indispensável da verdadeira comunhão
com Jesus. O fato de os homens poderem dizer que a afirmação daqueles que dizem
estar buscando uma santidade mais elevada não vem acompanhada de um aumento em
humildade é um sonoro desafio para todos os cristãos sérios - não importando se
há mais ou menos verdade na acusação — para provar que mansidão e humildade de
coração são as marcas essenciais pelas quais devem ser conhecidos os que seguem
o manso e humilde Cordeiro de Deus.
PROVAS DE CONCURSOS
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